A Chikungunya é uma virose causada pelo vírus do mesmo nome. O que vale saber sobre o tratamento da Chikungunya, desde o começo são as fortes dores nas articulações. Essas dores começam no segundo e no terceiro dia, onde os pacientes já apresentam dores no corpo. Em geral a febre não é tão alta como nos casos da dengue.
Esta é uma doença bastante antiga transmitida através da picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo inseto que transmite a Dengue e a Zica. A fêmea que normalmente pica durante o dia é a grande responsável pela transmissão.
A Chikungunya já está muito acostumada ao habitat urbano, ficando dentro das casas e tendo grande autonomia de voo. Por isso, às vezes é tão difícil impedir a transmissão da doença sem tratar o vetor.
Tanto a Dengue, como a Chikungunya e a Zika são doenças que podem ter sintomas parecidos como: febre, indisposição e fadiga. O que vale saber sobre o tratamento da Chikungunya está no decorrer desse texto, então leia até o final para aprender algumas informações que não te contam sobre a Chikungunya.
Chikungunya: O que ocorre quando eu for picado?
Depois que você é picado, ocorre o período de incubação no ser humano, que é muito variado. O vírus pode desenvolver-se de 3 até 12 dias no seu corpo, sem você ter sintomas. Após esse momento, você começa a sentir dores, febre e enjoos. Para se ter uma ideia, 70% das pessoas infectadas pela Chikungunya apresentam sintomas quando comparado com outras viroses.
Importante que as pessoas façam a sorologia confirmatória para Chikungunya. Entretanto esse exame só pode ser realizado após o quinto dia do início dos sintomas, caso contrário ele pode estar negativo e ser um falso negativo.
É importante que o médico sempre que suspeitar de Chikungunya faça uma avaliação do paciente como um todo. O paciente será observado pelo seu risco, ou seja, aqueles pacientes que já têm uma comorbidade, uma doença crônica como Artrite reumatoide, ou ainda mais de 65 anos, gestantes, além de menores de dois anos, irão precisar de uma atenção médica especial.
O acompanhamento da dor é fator primordial, pois o paciente precisa relatar para o médico como é a dor, se é forte, em qual local sente mais e ainda, se dói o dia todo ou se ela deixa o paciente incapacitado. A partir de cada paciente o médico vai definir a intensidade do tratamento, de acordo com a intensidade das dores no corpo do paciente, além do tipo de analgésico que ele vai usar nesses primeiros dias.
Tratamento da Chikungunya o que vale saber sobre
Ao realizar o exame e a suspeita de dengue for descartada o paciente poderá utilizar medicamentos específicos para tratar a Chikungunya. Com a confirmação, o paciente poderá fazer o uso de anti-inflamatórios. Mas deve-se ter muita atenção com pacientes que possuem histórico de pressão alta, além dos que possuem problemas renais. Nesses pacientes não é recomendado o uso de anti-inflamatório. Caso use, será necessária muita cautela e cuidado.
Uma das primeiras coisas que você precisa saber é que há um tratamento para pessoas contaminadas por Chikungunya que poderá acarretar dores musculares nos pacientes. Principalmente ao movimentar as articulações como as mãos e os pés.
Nessa fase inicial além de analgésicos, como a dipirona e paracetamol com a codeína, o paciente pode fazer compressas frias, fisioterapia, hidroterapia em piscina aquecida. Esses são alguns métodos não medicamentosos que auxiliam no alívio da dor.
Sintomas e as fases aguda, subaguda e crônica
Os principais sintomas que se apresentam é a febre e principalmente dor nas articulações. Outro ponto que chama a atenção e assusta muitos pacientes que chegam no meu consultório é o inchaço nas articulações, tendões, além das dores em todo o corpo. Você perceberá aquele tornozelo e mãos, por exemplo, extremamente inchados. Isso porque além das articulações, ocorre uma inflamação dos tendões que chamamos na reumatologia de tenossinovite.
A doença em geral é chamada de trifásica, uma doença que tem três fases de evolução. Fase aguda, fase subaguda e a fase crônica.
Fase Aguda
A fase aguda se inicia após o período de incubação. Nesse período a pessoa pode ter febre e dor de 10 a 14 dias. Neste momento o vírus está se replicando no organismo é muito importante que o paciente apesar de ter dores nas articulações não use corticoides. Uma vez que essas medicações poderão atrapalhar o organismo na defesa em relação ao vírus, bem como, aumentar a chance da gravidade da doença nas fases subsequentes.
Nessa fase aguda, é muito importante que o paciente tenha acesso a essas informações para não usar o corticoide. Nesse período, é aconselhável somente utilizar analgésicos alternando, como por exemplo o Paracetamol e a Dipirona.
Na fase aguda também pode ocorrer os eritemas ou rash, caracterizados por uma vermelhidão e que pode estar acompanhada de coceira ou prurido. Nesse caso podem ser administrados, os antialérgicos com recomendação médica que melhoram os sintomas apresentados na fase aguda. No entanto, esses sintomas são passageiros e, em três ou quatro dias, eles desaparecem.
Mais uma vez, vale lmebrar que não se deve usar o corticoide na fase aguda porque o risco é muito maior que os benefícios. Há risco de complicações que possam prejudicar a defesa do organismo em relação ao vírus.
Após 10 a 14 dias cada paciente tem que ser avaliado individualmente. É necessário que o médico avalie a persistência da dor, da inflamação das articulações, do edema, do inchaço e a quantidade de articulações comprometidas, bem como, a qualidade de vida do paciente.
Fase subaguda
Na fase subaguda pode-se fazer o uso do corticoide, como a Prednisona. A dose da Prednisona prescrita vai depender da avaliação do médico. Em geral, a recomendação é que seja até 1⁄2 mg por kg de peso. Como exemplo, pacientes que pesam 60 kg, poderão consumir até 30 mg por dia de corticoide, podendo ser menor a depender das queixas e do exame do paciente. Em geral, a dose deve ser tomada somente pela manhã, ficar atento aos pacientes que já tem outras comorbidades.
A recomendação é que não se dívida essa dose do corticoide, porque diminuirá o efeito supressor do sistema endócrino do paciente. Em geral a dose deve ser tomada somente pela manhã.
Chamo a atenção para aqueles pacientes que já tem outras comorbidades, como gastrite. O corticoide também pode ter alguns efeitos colaterais como a insônia e tremores finos. Dito isso, é muito importante que o médico na hora da prescrição do corticoide faça toda avaliação do paciente e se preocupe com o surgimento desses efeitos colaterais, além de esclarecer ao paciente os prós e contras do uso da medicação prescrita.
O uso do corticoide deve ser feito com muito cuidado para pacientes que já têm outras doenças tais como diabetes, hipertensão, osteoporose, doenças renais e aqueles com problemas cardíacos como arritmia. E nesses pacientes o uso deve ser feito com muito cuidado e somente sob supervisão médica. Chamo a atenção para os pacientes que fazem uso de corticoterapia. Eles devem realizar os exames complementares para o uso de corticoide para evitar problemas de saúde.
Alguns pacientes não respondem ao corticoide. Outros, não conseguem parar ou desmamar o uso do medicamento. Há aqueles pacientes que têm artrite, com sintomas semelhantes à artrite reumatoide. Nesse caso, o médico pode recorrer ao uso de medicações para que ele consiga fazer o desmame do corticoide. A mais utilizada inicialmente pelo menor risco de efeitos colaterais é a hidroxicloroquina.
Nessa fase subaguda já indo para fase crônica a utilização de fisioterapia também é um recurso valioso para reduzir a dor. Alternativas podem ser utilizadas principalmente se o paciente permanecer com dor e inflamação após três meses. Uma delas é o metotrexato que é o mesmo tratamento utilizado inicialmente na artrite reumatoide.
Fase crônica
Nessa fase crônica o médico vai solicitar vários exames. Entre eles a pesquisa de autoanticorpos para saber se o paciente não desenvolveu realmente uma Doença autoimune. A principal delas é a artrite reumatoide, como a espondiloartrite. Seu principal sintoma se dá após 3 meses da infecção por Chikungunya o paciente permanece com dores e infecções.
Chikungunya o que vale saber sobre o tratamento: Conclusão
O mais importante no acompanhamento dos pacientes com Chikungunya é prevenir sequelas, amenizar e tratar a dor de forma adequada e claro, o acompanhamento regular. Para tal, é importante que o paciente faça o acompanhamento pelo menos a cada 4 semanas com o seu médico. Deste modo, o profissional de saúde avaliará o paciente, além de, observar os exa
mes laboratoriais e ajustar as medicações de acordo com a melhora ou com a piora do acamado.
Por fim, sugere-se que nos primeiros sintomas ou quando há suspeita de contaminação, busque ajuda médica imediatamente. A Chikungunya pode levar à morte, tendo em vista que ela atinge o sistema neurológico do paciente, além do acometimento de órgãos como fígado e rins.
Confira outros conteúdos em nosso blog, como o artigo sobre o que são doenças reumáticas.